Deuses
egípcios
Os deuses têm muito em comum com os homens: podem nascer,
envelhecer, morrer: possuem um corpo que deve ser alimentado, um nome,
sentimentos. No entanto, estes aspectos muito humanos escondem uma
natureza excepcional: seu corpo, composto de matérias preciosas, é dotado
de um poder de transformação, suas lágrimas podem dar nascimento a seres
ou minerais. Os poderes dos deuses são sempre comparados a algumas
propriedades dos elementos da natureza ou dos animais, o que dá lugar a
representações híbridas às vezes espantosas.
Para representar os deuses, todas as combinações são
possíveis: divindades totalmente humanas, deuses inteiramente animais,
com corpo de homem e cabeça de animal, com o animal inteiro no lugar da
cabeça (o escaravelho, por exemplo) ou com cabeça humana. A esfinge,
imagem do deus-sol e do rei, é um leão com cabeça humana. Há animais
comuns a muitas divindades (o falcão, o abutre, a leoa) e outros que são
característicos de apenas uma (ibis de Thot, o escaravelho de Khepri).
AMON
AMON, o deus-carneiro de Tebas, rei dos deuses e patrono
dos faraós, ele é o senhor dos templos de Luxor e Karnac. Tem por esposa
Mut e por filho Khonsu. Passou a ser cultuado por volta de 2000 a.C. e
traz algumas funções de Rá, sob o nome de Amon-Rê ou Amon-Rá, o criador
dos deuses e da ordem divina. Ele é o sol que dá vida ao país. À época de
Ramsés III. Amon tornou-se um título monárquico, mesmo título que Ptah e
Rá. Freqüentemente representado como um homem vestido com a túnica real e
usando na cabeça duas altas plumas do lado direito, ele se manifesta,
igualmente, sob a forma de um carneiro e, mais raramente, de um ganso.
ANUBIS
ANÚBIS, filho de Seth e Néftis, é o mestre dos cemitérios
e o patrono dos embalsamares. É na realidade o primeiro entre eles, a
quem se deve o protótipo das múmias, a de Osíris. Todo egípcio esperava
beneficiar-se em sua morte do mesmo tratamento e do mesmo renascimento
desta primeira múmia. Anúbis também introduz os mortos no além e protege
seus túmulos com a forma de um cão, vigilante, deitado em uma capela ou
caixão. Anúbis era também associado ao chacal, animal que freqüentava as
necrópoles e que tem por hábito desenterrar ossos, paradoxalmente
representava para os egípcios a divindade considerada a guarda fiel dos
túmulos. No reino dos mortos, era associado ao palácio de Osiris, na
forma de um homem com cabeça de cão ou chacal, era o juiz que, após uma
série de provas por que passava o defunto, dizia se este era justo e
merecia ser bem recebido no além túmulo ou se, ao contrário, seria
devorado por um terrível monstro, Amut. Anúbis tinha seu centro de culto
em Cinópolis.
APIS
ÁPIS, o boi sagrado que os antigos egípcios consideravam
como a expressão mais completa da divindade sob a forma animal e que
encarnava, ao mesmo tempo, os deuses Osíris e Ptah. O culto do boi Ápis,
em Mênfis, existia desde a I dinastia pelo menos. Também em Heliópolis e
Hermópolis este animal era venerado desde tempos remotos. Essa antiga
divindade agrária, simbolizava a força vital da natureza e sua força
geradora.
APOFIS
APÓFIS, a serpente que habitava o além-túmulo,
representava as tempestades e as trevas. É descrita no chamado Livro de
Him no Inferno, uma obra que narra a viagem do deus-Sol pelo reino das
sombras durante a noite. Nessa jornada, enquanto visitava o reino dos
mortos, a divindade lutava contra vários demônios que tentavam impedir
sua passagem. As serpentes estavam entre os adversários mais perigosos e
o demônio líder de todos eles era Apófis a grande serpente.
ATON
ATON, Uma das manifestações do deus sol, especialmente ao
entardecer, original de Heliópolis, era representado por um homem barbado
usando a coroa dupla do faraó e menos freqüentemente, como uma serpente
usando as duas coroas do Alto e do Baixo Egito. Era considerado o rei de
todos os deuses, aquele que criou o universo. É o mesmo deus Rê ou Rá que
gerou Shu o ar e Tefnut a umidade. Atun e Rê ou Rá, foram mais tarde
unidos ao deus carneiro de Tebas Amon e ficou conhecido pelo nome de
Amon-Rê ou Amon-Rá.
BABUINO
BABUINO ou cinocéfalo é um grande macaco africano, cuja
cabeça oferece alguma semelhança com os cães. No antigo Egito este animal
estava associado ao deus Thoth, considerado o deus da escrita, do cálculo
e das atividades intelectuais. Era o deus local em Hermópolis, principal
cidade do Médio Egito. Deuses particularmente numerosos parecem ter se
fundido no deus Thoth: deuses-serpentes, deuses-rãs, um deus-íbis, um
deus-lua e este deus-macaco.
BASTET
BASTET, uma gata ou uma mulher com cabeça de gata
simbolizava a deusa Bastet e representava os poderes benéficos do Sol.
Seu centro de culto era Bubástis, cujo nome em egípcio (Per Bast)
significa a casa de Bastet. Em seu templo naquela cidade a deusa-gata era
adorada desde o Antigo Império e suas efígies eram bastante numerosas,
existindo, hoje, muitos exemplares delas pelo mundo. Os gatos no antigo
Egito tinham um significado muito importante, sendo idolatrados como
deuses, e a deusa Bastet é uma mostra desse fascínio que os gatos
exerciam nos povos do Antigo Egito. Quando os reis líbios da XXII
dinastia fizeram de Bubástis sua capital, por volta de 944 a.C., o culto
da deusa tornou-se particularmente desenvolvido.
GEB
GEB, o deus da Terra é irmão e marido de Nut. É o suporte
físico do mundo material, sempre deitado sob a curva do corpo de Nut. Ele
é o responsável pela fertilidade e pelo sucesso nas colheitas. Ele
estimula o mundo material dos indivíduos e lhes assegura enterro no solo
após a morte. Geb umedece o corpo humano na terra e o sela para a
eternidade. Nas pinturas é sempre representado com um ganso sobre a
cabeça.
HATOR
HÁTOR, personificação das forças benéficas do céu, depois
de Isis, é a mais venerada das deusas. Distribuidora do amor e da
alegria, deusa do céu e protetora das mulheres, nutriz do deus Hórus e do
faraó, patrona do amor, da alegria, da dança e da música. Também é a
protetora da necrópole de Tebas, que sai da falésia para acolher os mortos
e velar os túmulos. Seu centro de culto era a cidade de Dendera, mas
havia templos dessa divindade por toda parte. É representada na forma de
uma mulher com chifres de vaca e disco solar na cabeça, uma mulher com
cabeça de vaca ou por uma vaca que usava um disco solar e duas plumas
entre os chifres. As vezes é retratada por um rosto de mulher visto de
frente e provido de orelhas de vaca, a cabeleira separada em duas abas
com as extremidades enroladas.
HORUS
HÓRUS, filho de Isis e Osíris, Horus teve uma infância
difícil, sua mãe teve de escondê-lo de seu tio Seth que cobiçava o trono
de seu pai Osiris. Após ter triunfado sobre Seth e as forças da desordem,
ele toma posse do trono dos vivos; o faraó é sua manifestação na terra.
Ele é representado como um homem com cabeça de falcão ou como um falcão,
sempre usando as duas coroas do Alto e Baixo Egito. Na qualidade de deus
do céu, Hórus é o falcão cujos olhos são o sol e a lua. Com o nome de
"Horus do horizonte", assume uma das formas do sol, a que clareia
a terra durante o dia. Mantenedor do universo e de todo tipo de vida,
Horus era adorado em todo lugar. Ele é considerado o mais importante de
todos os deuses, aquele que guia as almas até o Dwat (Reino dos Mortos).
IBIS
ÍBIS, uma ave pernalta de bico longo e recurvado. Existe
uma espécie negra e outra de plumagem castanha com reflexos dourados, mas
era o íbis branco, ou íbis sagrado, que era considerado pelos egípcios
como encarnação do deus Thoth. Esta ave tem parte da cabeça e todo o
pescoço desprovido de penas. Sua plumagem é branca, exceto a da cabeça,
da extremidade das asas e da cauda, que é muito negra. Um homem com
cabeça de íbis, era outra das representações daquele deus
ISIS
ÍSIS, é a mais popular de todas as deusas egípcias,
considerada a deusa da família, o modelo de esposa e mãe, invencível e
protetora. Usa os poderes da magia para ajudar os necessitados. Ela criou
o rio Nilo com as suas lágrimas. Conta a lenda que, após a morte de
Osíris, ela transforma-se em um milhafre para chorá-lo, reúne os pedaços
de seus despojos, se empenha em reanima-lo e dele concebe um filho,
Horus. Ela defende com unhas e dentes seu rebento contra as agressões de
seu tio Seth. Perfeita esposa e mãe ela é um dos pilares da coesão
sócio-religiosa egípcia. Usa na cabeça um assento com espaldar (trono)
que é o hieróglifo de seu nome.
KHEPRA
KHEPRA, (escaravelho, em egípcio) ou um homem com um
escaravelho no lugar da cabeça também representavam o deus-Sol. Nesse
caso o besouro simbolizava o deus Khepra e sua função era nada menos que
a de mover o Sol, como movia a bolazinha de excremento que empurrava
pelos caminhos. Associados à idéia mitológica de ressurreição, os
escaravelhos eram motivo freqüente das peças de ourivesaria encontradas
nos túmulos egípcios.
KHNUM
KHNUM, um dos deuses relacionados com a criação era
simbolizado por um carneiro, animal considerado excepcionalmente
prolífico pelos egípcios. Segundo a lenda, o deus Khnum, um homem com
cabeça de carneiro, era quem modelava, em seu forno de oleiro, os corpos
dos deuses e, também, dos homens e mulheres, pois plasmava em sua roda
todas as crianças ainda por nascer. Principal deus da Ilha Elefantina,
localizada ao norte da primeira catarata do Nilo, onde as águas são
alternadamente tranquilas e revoltas. Tem duas esposas Anuket (águas
calmas) e Sati (a inundação). Um dos velhos deuses cósmicos, é descrito
como autor das coisas que são, origem das coisas criadas, pai dos pais e
mãe das mães. Sua esposa Anuket ou Heqet, deusa com cabeça de rã, também
era associada à criação e ao nascimento.
MAAT
MAÁT, esta deusa, que traz na cabeça uma pluma de
avestruz, representa a justiça e a verdade, o equilíbrio, a harmonia do
Universo tal como foi criado inicialmente. É também a deusa do senso de
realidade. Filha de Rá e de um passarinho que apaixonando-se pela
luminosidade e calor do Sol, subiu em sua direção até morrer queimado. No
momento da incineração uma pena voou. Era Maat. É a pena usada por Anúbis
para pesar o coração daqueles que ingressam no Dwat. Em sociedade, este
respeito pelo equilíbrio implica na prática da equidade, verdade,
justiça; no respeito às leis e aos indivíduos; e na consciência do fato
que o tratamento que se inflige aos outros pode nos ser infligido. É
Maát, muito simbolicamente, que se oferece aos deuses nos templos.
Protetora dos templos e tribunais.
MERETSEGER
Ela é a dama da necrópole tebana, a deusa do cimo mais
elevado que domina o maciço montanhoso. Sua notoriedade ultrapassa muito
pouco o plano local, mas nestes limites é muito venerada, particularmente
pelos operários do Túmulo. Meretseger possui capelas em sua cidade, até
mesmo nas casas, assim como um pequeno templo cavado na rocha perto do
Vale das Rainhas onde está associada à Ptah. Protege os mortos e pode
punir os maldosos. Representada mais freqüentemente como uma serpente, às
vezes com cabeça humana, ela pode também ser uma mulher com cabeça de
serpente.
MIN
MIN- "Aquele do Deserto" - é o deus da sexualidade
masculina. É representado com duas penas sobre a sua cabeça e fita, mumiforme,
o braço direito levantado e o braço esquerdo mantendo o pênis ereto (As
pinturas egípcias e relevos em paredes de tumbas e templos não mostrou o
outro braço de Min, mas as estátuas do deus representa-o com a mão
circundando a base do pênis). Ele foi associado com a alface longa folha
egípcia - um afrodisíaco para os antigos egípcios, pois a alface era
alto, reto e expelia uma substância leitosa quando pressionado! (Este foi
também um alimento favorito de Set). Min foi muitas vezes mostrado de pé
antes de mesas de oferendas, coberto com cabeças de alface.
NEITH
É a mais antiga deusa citada pelos textos, talvez a
protetora do Baixo Egito bem antes da unificação do país. Venerada
principalmente em Sais, no Delta, ela é representada como uma mulher que
usa a coroa vermelha do Baixo Egito. Seu nome se escreve com duas flechas
ou dois arcos, o que a designa bem como uma deusa guerreira. Também é
protetora, com Duramulef, do vaso canopo do estômago, ela parece ser uma
divindade que basta a si própria, um dos raros princípios criadores
femininos entre os deuses egípcios.
NEFTIS
NÉFTIS, é a esposa de Seth, mas quando este trai e
assassina Osíris, por quem era apaixonada, ela permanece solidária à
Isis, ajudando-a a reunir os membros espalhados do defunto e também
tomando a forma de um milhafre para velá-lo e chorá-lo. Como Isis, ela
protege os mortos, sarcófagos e um dos vasos canopos. O hieróglifo de seu
nome é um cesto colocado sobre uma coluna, que usa na cabeça,. É ainda na
campanha de Isis que ela acolhe o sol nascente e o defende contra a
terrível serpente Apófis.
NUN
NUN, a divindade mais primitiva do panteão de Heliópolis.
Personificava o abismo líquido ou as águas primordiais, a partir do qual
todo o mundo foi criado; é a divindade mais velha e sábia de todas. Era
representado como um homem barbado, com uma pena na cabeça e portando um
cajado. É uma divindade bissexual e à vezes masculino. Nun gerou Atun (o
sol nascente ) e Re ou Rá (o sol do meio dia)
NUT
NUT, deusa do céu que acolhe os mortos no seu império, é
muitas vezes representada sob a forma de uma vaca. Com o seu corpo
alongado, coberto por estrelas, forma o arco da abóbada celeste que se
estende sobre a terra. É como um abraço da deusa do céu sobre Geb, o deus
da Terra. Nut e Geb são pais de Osiris, Isis, Seth, Néftis e Hathor.
Osiris e Isis já se amavam no ventre da mãe e a maldade de Seth, logo
ficou evidente, quando ao nascer, este rasgou o ventre da mãe.
OSIRIS
OSÍRIS, irmão e marido de Isis, pai de Hórus. A origem de
Osíris consta nos relatos da criação do mundo, sua geração é a ultima a
acontecer e não representa mais os elementos materiais (espaço, luz,
terra, céu...). Na lenda, que evoca o retorno da vida com a cheia do
Nilo, após o período da seca, Osíris é morto, destruído e ressuscitado,
representando a morte e renascimento da vegetação e de todos os seres.
Por essa razão, ele é o deus dos mortos e do renascimento, rei e juiz
supremo do mundo dos mortos. Acredita-se que ele tenha sido o primeiro
Faraó e que ensinou aos homens as artes da agricultura e da civilização.
PTAH
PTAH, deus de Mênfis que foi a capital do Egito no Antigo
Império, Ptah é "aquele que afeiçoou os deuses e fez os homens"
e "que criou as artes". Concebeu o mundo em pensamento e o
criou por sua palavra. Seu grande sacerdote chama-se "o superior dos
artesãos". É, realmente, muito venerado pelos trabalhadores manuais,
particularmente pelos ourives. Tem o préstimo dos operários de Deir
el-Medineh. Apresenta-se com uma vestimenta colante que lhe dá a
impressão de estar sem pescoço e usando na cabeça uma calota. Tem como
esposa a deusa Sekhmet e por filho Nefertum, o deus do nenúfar (plantas
aquáticas).
RA
RÁ (ou Rê), o criador dos deuses e da ordem divina,
recebeu de Nun seu pai (mãe) o domínio sobre a Terra, mas o mundo não
estava completamente acabado. Rá se esforçou tanto para terminar o
trabalho da criação que chorou. De suas lágrimas, que banharam o solo,
surgiram os seres humanos, masculinos e femininos. Eles foram criados
como os deuses e os animais e Rá tratou de fazê-los felizes, tudo o que
crescia sobre os campos lhes foi dado para que se alimentassem, não
deixava faltar o vento fresco, nem o calor do sol, as enchentes ou as
vazantes do Nilo. Como era considerado o criador dos homens, os egípcios
denominavam-se o "rebanho de Rá".
O deus nacional do Egito, o maior de todos os deuses,
criador do universo e fonte de toda a vida, era o Sol, objeto de adoração
em qualquer lugar. A sede de seu culto ficava em Heliópolis, o mais
antigo e próspero centro comercial do Baixo Egito. Na Quinta Dinastia Rá,
o Deus-Sol de Heliópolis, tornou-se uma divindade do estado. Foi
retratado pela arte egípcia sob muitas formas e denominações e era também
representado por um falcão, por um homem com cabeça de falcão ou ainda, mais
raramente, por um homem. Quando representado por uma cabeça de falcão
estabelecia-se uma identidade com Hórus, outro deus solar adorado em
várias partes do país desde tempos remotos.
SHU
SHU, é o deus do ar e da luz, personificação da atmosfera
diurna que sustenta o céu. Tem a tarefa de trazer Rá, o deus Sol, seu
pai, e o faraó à vida no começo de cada dia. É representado por um homem
barbado usando na cabeça uma pena simples ou quatro longas plumas. É a
essência da condição seca, do gênero masculino, calor, luz e perfeição.
Aparece frequentemente nas pinturas, como um homem segurando Nut, a deusa
do céu, para separá-la de Geb, o deus da Terra. Com Tefnut, sua esposa,
formava o primeiro par de divindades da enéade de Heliópolis. Era
associado ao Leão.
SEBEK
SEBEK, um crocodilo ou um homem com cabeça de crocodilo
representavam essa divindade aliada do implacável deus Seth. O
deus-crocodilo, era venerado em cidades que dependiam da água, como
Crocodilópolis, seu centro de culto, na região do Faium, onde os sáurios
eram criados em tanques e adornados com jóias, eram protegidos, nutridos
e domesticados. Um homem ferido ou morto por um crocodilo era considerado
privilegiado. A adoração desse animal foi sobretudo importante durante o
Médio Império.
SEKHMET
SEKHMET, uma mulher com cabeça de leoa, encimada pelo
disco solar, era uma de suas representações que, por sua vez, simbolizava
os poderes destrutivos do Sol. Embora fosse uma leoa sanguinária, também
operava curas e tinha um frágil corpo de moça. Era a deusa cruel da
guerra e das batalhas e tanto causava quanto curava epidemias. Essa
divindade feroz era adorada na cidade de Mênfis. Sua juba (dizem os
textos) era cheia de chamas, sua espinha dorsal tinha a cor do sangue,
seu rosto brilhava como o sol. O deserto ficava envolto em poeira, quando
sua cauda o varria.
SETH
SETH, personifica a ambição e o mal. Considerado o deus da
guerra e Senhor do Alto Egito durante o domínio dos Hicsos, tinha seu
centro de culto na cidade de Ombos. Embora inicialmente fosse um deus
benéfico, com o passar do tempo tornou-se a personificação do mal. Era
representado por um homem com a cabeça de um tipo incerto de animal,
parecido com um cachorro de focinho e orelhas compridas e cauda ereta, ou
ainda como Tífon, um animal imaginário formado por partes de diferentes
seres, com a cabeça de um bode, orelhas grandes, como um burro.
Associavam-no ao deserto aos trovões e às tempestades. Identificado com o
lado negativo da lenda, a luta entre Osiris e Seth era a luta da terra
fértil contra a areia do deserto.
TEFNUT
TEFNUT, considerada a deusa da umidade vivificante, que
espera o sol libertar-se do horizonte leste para recebê-lo e não há seca
por onde Tefnut passa. A deusa é irmã e mulher de Shu. É o símbolo das
dádivas e da generosidade. Ela é retratada como uma mulher com a cabeça
de uma leoa, indicando poder. Shu afasta a fome dos mortos, enquanto
Tefnut afasta a sede. Shu e Tefnut são os pais de Geb e Nut.
TOTH
TOTH, divindade à qual era atribuída a revelação ao homem
de quase todas as disciplinas intelectuais, a escrita, a aritmética, as
ciências em geral e a magia. Era o deus-escriba e o deus letrado por
excelência. Havia sido o inventor da escrita hieroglífica e era o escriba
dos deuses; senhor da sabedoria e da magia. O que faz dele o patrono dos
escribas que lhe endereçam uma prece antes de escrever. "Mestre das
palavras divinas". Preside a medida do tempo, o disco na cabeça é a
lua, cujas fases ritmam os dias e as noites. Representado como um íbis ou
um homem com cabeça de íbis, ou ainda um babuíno.
TUERIS
TUÉRIS,(Taueret ) era a deusa-hipopótamo que protegia as
mulheres grávidas e os nascimentos. Ela assegurava fertilidade e partos
sem perigo. Adorada em Tebas, é representada em inúmeras estátuas e
estatuetas sob os traços de um hipopótamo fêmea erguido, com patas de
leão, de mamas pendentes e costas terminadas por uma espécie de cauda de
crocodilo. Além de amparar as crianças, Tueris também protegia qualquer
pessoa de más influências durante o sono.
A mitologia egípcia inclui muitos deuses e deusas, entretanto,
geralmente representam o mesmo conjunto de forças e arquétipos. O grupo
acima descrito, resume de modo satisfatório o grande panorama da religião
egípcia que perdurou durante milênios.
Tudo sobre a Wicca
|