Sabbat de Mabon, Ritual de
Mabon
MABON:
É celebrado no Equinócio de outono que ocorre por volta 20
de março no hemisfério sul e por volta de 20 de setembro no Hemisfério
Norte. Mabon é o Equinócio do outono e marca o festival da segunda
colheita. Agora o Sol caminha mais rapidamente em direção ao inverno e o
plantio feito em Ostara chega à sua colheita final iniciada em Lammas. É
hora de agradecer pela abundância, fartura e também reconhecer o
equilíbrio da vida, pois nos equinócioso dia e a noite possuem o mesmo
tempo de duração. Era o momento onde os povos antigos começavam a estocar
seus alimentos e armazenar os grãos para que houvesse comida suficiente
durante o período de inverno. Mabon é o festival de ação de graça Pagã
onde lembramos as conquistas alcançadas. Por isso, uma das Tradições
deste Sabbat é colocar um cálice com vinho ao meio da mesa do almoço ou
jantar e deixá-lo passar de mão em mão enquanto cada pessoa presente faz
seus agradecimentos e desejos de felicidade. Mabon é o tempo do
equilíbrio, gratidão, agradecimento, meditar sobre a escolha dos nossos
projetos e agradecer tudo que obtivemos no ano que passou. A morte do
Deus está por vir pois ele doou todos os seus poderes aos humanos através
das colheitas.
TEMA DO SABBAT:
É particularmente a celebração da vinha e está associado
com as maçãs como símbolos de vida renovada. Neste dia sagrado
tradicionalmente se celebra o vinho e colhe-se uma maçã colocando-a no altar
em homenagem ao Povo das Fadas. Isto é um ato simbólico de gratidão pela
colheita da vida e desejo de viver em comunhão com tudo.
O RITUAL DE MABON
Material necessário para a realização do Sabbat:
Instrumentos mágicos usuais
1 chifre de boi ou búfalo enfeitado com fitas de várias
cores
Moedas
Incensos de mirra
Várias velas marrons, verdes e amarelas
Cálice com água
Grãos de cereais em geral
Caldeirão com uma vela preta apagada
PROCEDIMENTO:
Espalhe as velas e os incensos por toda parte e acenda-os.
Coloque o chifre, as fitas, as moedas, as espigas de milho, o cálice e os
grãos crus sobre o altar. O caldeirão com a vela apagada é colocado aos
pés do altar. Consagre o Círculo Mágico e após traçá-lo diga:
“Luz e Escuridão são iguais, porém
aqueles que conhecem a Arte sabem que tudo tem seu próprio ritmo, pois
aquilo que está em baixo é como aquilo que está em cima. Tudo o que está
em baixo deve subir e tudo o que está em cima deve descer. É a lei da
vida, é a eterna Roda do Ano e seus ciclos”
Acenda a vela do caldeirão e diga:
“A Roda do Ano segue imutável e
incansavelmente seu ritmo. Que a Senhora da abundância e Fartura e o
Senhor das Folhagens e da Colheita possam me(nos) abençoar”
Após acender a vela do caldeirão erga o chifre acima do
altar, dizendo:
“Que a Sagrada Cornucópia, símbolo
da prosperidade e riqueza espalhe sua sagrada luz sobre mim (nós) e meus
(nossos) entes queridos. Que assim seja, e que assim se faça!”
Comece então a amarrar as fitas coloridas no chifre,
mentalizando a concretização de seus desejos. Caso mais pessoas estejam
presentes na celebração do Sabbat, cada uma delas deve amarrar uma fita
no chifre mentalizando seus pedidos. Após atar todas as fitas ao chifre,
comece à colocar dentro dele as moedas e os grãos mentalizando abundância,
fartura, sucesso e prosperidade. Então diga:
“Oh Grande Deusa de onde provém toda
vida, abençoada seja Ti, Senhora da prosperidade e da fartura. Que o
mistério da vida seja revelado, porém selado, e que seus frutos possam
me(nos) sustentar, através do mistério do renascimento presente em cada
semente”
Com o chifre erguido aos céus, em sinal de apresentação,
comece a andar pelo Círculo no sentido horário até completar 3 voltas.
Tenha em mente que é por causa do renascimento das sementes que você e
todos os seres da Terra serão nutridos e assim poderão continuar sua
caminhada rumo à evolução. Coloque o chifre sobre o altar. Pegue o cálice
erga-a aos céus dizendo:
“Que através do poder da água, todos os
frutos da Terra possam ser fertilizados. Oh, Senhor da Colheita, das Folhagens e da Fartura e
Senhora da Abundância e Prosperidade é a vós e por vós que é feita esta
libação”
Tome um pequeno gole da água e depois derrame no chão.
Recoloque o cálice sobre o Altar.
Destrace o Círculo Mágico, agradecendo o auxílio dos
Deuses.
P.S..: Coloque o chifre sobre a porta de entrada de sua
casa. No Sabbat do Equinócio de Outono do ano seguinte troque os grãos
enterrando os velhos.
PARA FINALIZAR...
É importante ter em mente que os dias de comemoração dos
Sabbats variam de acordo com o hemisfério, pois quando no hemisfério
norte é verão, aqui no hemisfério sul é inverno. É importante ter em
mente que os Sabbats são celebrações de um tempo no ano e não de uma
data. A maioria dos livros escritos sobre Wicca são de autores americanos
ou ingleses e por isso trazem as referências das datas de acordo com o
hemisfério norte. Por isso, atente-se em relação às datas quando estiver
lendo livros sobre Wicca para não acabar realizando ritos de outono na
primavera ou de inverno em pleno verão. Neste livro todos os Sabbats
trazem referência para os dois hemisférios, norte e sul. Sendo assim,
você não precisa se preocupar em fazer as conversões de datas tão comuns
nas obras relativas à Bruxaria. Existe muito simbolismo na Roda do Ano e
ao entendê-la, assimilá-la e integrá-la ao seu modo de vida você estará
compreendendo a essência da Religião Wicca. A Roda do Ano representa a
forma como vemos o universo, celebramos os ciclos da natureza e
entendemos seus reflexos em nosso viver. Sempre girando, estes ciclos
internos e externos irão retornar à sua fonte primordial de energia, ao
seu início e começarão e terminarão muitas vezes mostrando que depois da
morte sempre há renascimento. Isto é refletido no cair das folhas e
florescer das flores; no germinar das sementes e colheitas dos grãos
semeados, consumidos e replantados; no apogeu e declínio do Sol.
Atualmente, com os avanços científicos e tecnológicos, pode ser difícil
compreender como uma religião de civilizações agrárias antigas pode fazer
sentido nos tempos modernos e o que ela pode nos oferecer. Para responder
esta questão basta olhar ao nosso redor. Se fizermos isso acuradamente,
perceberemos que independentemente de nossa vontade as estações continuam
mudando e que a força da natureza é infinitamente maior do que todos os
avanços alcançados pelo homem moderno, de que nós precisamos da natureza
mas que ela não precisa de nós. Conhecendo o que acontece no mundo e ao
nosso redor, alcançaremos um grande entendimento de onde viemos, aonde
chegamos e as possibilidades que nos aguardam. A Roda nos mostra que o
universo reflete o ciclo da mudança sempre em constância.
(Fonte: Wicca para todos, de Claudiney
Prieto)
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