Sabbat
Litha
Primeiro dia do verão (Solstício do Verão).
O Solstício do Verão (ou Meio do
Verão, Alban Hefin ou Litha), também conhecido como Dia de São João, na
Europa, marca do dia mais longo do ano, quando o Sol está no seu zênite.
Para os Bruxos e os Pagãos, esse dia sagrado simboliza o poder do sol,
que marca um importante ponto decisivo da Grande Roda Solar do Ano, pois,
após o Solstício do Verão, os dias se tornam visivelmente mais curtos.
Em certas tradições wiccanas, o Solstício do Verão simboliza o término do
reinado do ano crescente do Deus Carvalho, que é, então, substituído pelo
seu sucessor, o Deus Azevinho do ano decrescente. (O Deus Azevinho
reinará até o Sabbat do Inverno do Natal, o dia mais curto do ano.)
O Solstício do Verão é uma época tradicional, em que os Bruxos colhem as
ervas mágicas para encantamentos e poções, pois acredita-se que o poder
inato das ervas é mais forte nesse dia. é o momento ideal para as
divinações, os rituais de cura e o corte de varinhas divinas e dos
bastões. Todas as formas de magia (especialmente as do amor) são também
extremamente potentes na véspera do Solstício do Verão, e acredita-se que
aquilo que for sonhado nessa noite se tornará verdade para quem sonhar.
Os alimentos pagãos tradicionais do Sabbat do Solstício do Verão são
vegetais frescos, frutas do verão, pão de centeio integral, cerveja e
hidromel.
Incensos: olíbano, limão,
mirra, pinho, rosa e glicínia.
Cores das velas: azul, verde.
Pedras preciosas sagradas: todas as pedras verdes,
especialmente a esmeralda e o jade.
Ervas ritualísticas tradicionais: camomila, cinco-folhas,
sabugueiro, funcho, cânhamo, espera, lavanda, feto masculino, artemísia,
pinho, rosas, erva-de-são-joão, tomilho selvagem, glicínia e verbena.
Ritual do Sabbat Litha
O ritual que se segue é
tradicionalmente realizado pelos Bruxos numa clareira na floresta, num
grande jardim afastado, no topo de uma colina ou em qualquer outro lugar
da Natureza. Comece arrumando pedras no chão para formar um grande
círculo com cerca de 3m de diâmetro. Com uma espada cerimonial consagrada
ou uma longa vareta de madeira (preferivelmente uma vara de sorveira
recentemente cortada), trace o símbolo poderoso e altamente mágico de um
pentáculo (estrela de cinco pontas) dentro de círculo de pedras. Acenda
cinco velas verdes para simbolizar os poderes da Natureza e a
fertilidade, e coloque uma em cada ponta do pentagrama, começando pelo
leste e continuando em movimento destrógiro.
Monte um altar ou coloque uma pedra grande e achatada no centro do
pentagrama voltada para o norte, como um altar, e, sobre ela, uma estátua
representando a Deusa. Em cada lado dela, acenda uma vela branca de
altar. No ponto cardeal correspondente ao Ar, coloque um sino de latão,
consagrado, e um incensório de olíbano com incenso de mirra. No ponto
cardeal correspondente à Água, coloque um cálice com vinho, um pequeno
prato com sal e uma pequena tigela com água (preferivelmente água fresca
da chuva).
Observação:
A associação dos elementos com os
quadrantes não é um modelo fixo, apenas um padrão.
As conexões com os quadrantes varia muito de lugar para lugar, de
tradição para tradição. Existe a associação "padrão"
Norte-Terra, Sul-Fogo, Oeste-Água e Leste-Ar porque para os europeus:
. o Norte é a terra escura, misteriosa, de onde "vinham os
deuses"
. o Sul é de onde vem o calor, pois é onde fica a linha do Equador para
eles
. o Oeste tem o oceano (água)
. o Leste traz os ventos do continente
Foi assim que eles fizeram essas relações. Nada impede que cada pessoa,
tradição ou coven modifique isso de acordo com o lugar em que estão. Por
exemplo, no Brasil faria mais sentido, seguindo as mesmas associações
acima, o Fogo ao Norte, a Terra ao Sul, a Água a Leste e o Ar a Oeste. O
que importa é manter as oposições: Terra/Fogo e Água/Ar.
Abençoe o vinho, cobrindo o cálice
com as palmas das mãos, enquanto diz: EU CONSAGRO E ABENÇÔO ESTE VINHO
SOB O NOME DIVINO DA DEUSA.
Salpique um pouco de sal e algumas gotas de água sobre o sino de
latão, para abençoá-lo, e diga: COM SAL E ÁGUA EU CONSAGRO E ABENÇÔO ESTE
SINO SOB O NOME DIVINO DA DEUSA. ABENÇOADO SEJA.
Acenda o olíbano e a mirra. Levante os braços para o céu, feche os olhos
e preencha a sua mente com pensamentos e visões agradáveis da Deusa Mãe,
enquanto diz: OH, ABENÇOADA MÃE TERRA, DEUSA-VENTRE, CRIADORA DE TUDO, A
TI É CONSAGRADO ESTE CÍRCULO SAGRADO. EM TEU NOME SAGRADO E SOB A TUA
PROTEÇÃO INICIA-SE ESTE RITUAL DO SABBAT.
Faça soar o sino três vezes e invoque: ESPÍRITO FEMININO SAGRADO DO AR,
VIRGEM DO FOGO, BELA E FORMOSA, MÃE TERRA, DOADORA DE VIDAS, ANCIÃ DA
ÁGUA, SEM IDADE E SÁBIA, EU INVOCO A TUA DIVINA IMAGEM.
Coloque o sino de volta no altar de pedra e, então, com ambas as
mãos. Leve o cálice de vinho aos lábios. Beba um pouco dele e derrame o
restante no centro do pentagrama, como libação à Deusa, enquanto diz: EU
DERRAMO ESTE VINHO ABENÇOADO COMO UMA OFERENDA A TI, OH GRACIOSA DEUSA DO
AMOR, DA FERTILIDADE E DA VIDA.
Coloque o cálice vazio de volta no altar. Novamente faça soar o sino três
vezes e diga: COM O SOL NO SEU ZÊNITE EU REALIZO ESTE RITUAL DO SOLSTÍCIO
EM HONRA A TI, OH GRANDE DEUSA. E EM TEU SAGRADO NOME EU AGORA DOU
GRAÇAS. À MEDIDA QUE OS DIAS BRILHANTES COMEÇAM A ENFRAQUECER O TEU AMOR
DIVINO E OS TEUS PODERES DE CURA CRESCEM MAIS FORTES.
Ajoelhe-se diante do altar. Ofereça mais incenso. Faça soar o sino em
honra à Deusa e, então, diga em voz alta e em tom alegre: ABENÇOADA SEJA
A DEUSA! ABENÇOADA SEJA A DEUSA! A DEUSA É VIDA. A DEUSA É AMOR, ELA FAZ
GIRAR A GRANDE RODA SOLAR QUE MUDA AS ESTAÇÕES E TRAZ NOVA VIDA PARA O
MUNDO. ABENÇOADA SEJA A DEUSA! ABENÇOADA SEJA A DEUSA! A DEUSA É A LUA E
AS ESTRELAS. A DEUSA É O CICLO DAS ESTAÇÕES. ELA É A VIDA, ELA É A MORTE,
ELA É O RENASCIMENTO. ELA É O DIA, ELA É A NOITE, ELA É A ESCURIDÃO, ELA
É A LUZ, ELA É TODAS AS COISAS SELVAGENS E LIVRES. ASSIM SEJA.
O Ritual do Solstício do Verão deve ser seguido de um banquete de alegria
e do canto feliz de músicas folclóricas mágicas pagãs e/ou da recitação
de poesia inspirada na Deusa. O Solstício do Verão é o momento
tradicionalmente propício à colheita de ervas mágicas para encantamentos
e poções (especialmente as da magia do amor). é também o tempo ideal para
realizar divinações e rituais de cura, e para cortar varetas e bastões de
divinação.
Fonte: “Wicca – A Feitiçaria
Moderna”, de Gerina Dunwich
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