O que é
a Wicca?
A Bruxaria é uma religião de origem Xamânica e forte tradição mágica,
mas é bom lembrar que Xamanismo e
Magia são técnicas espirituais, isto é, para ser Bruxa não é preciso
fazer magia, ou ter poderes paranormais. Muito menos ser vidente ou
médium. O que diferencia a Bruxa do Mago ou Xamã é a sua devoção pelos Deuses.
Xamanismo e Magia são técnicas utilizadas pelas Bruxas, mas não têm nada a ver com a parte devocional
da Wicca. É possível ser bruxa fazendo-se somente os rituais de
devoção, sem nunca praticar um único feitiço na vida, mas o contrário não
é verdadeiro, pois, se não houver da sua parte um Amor sincero pela
energia dos Deuses e harmonia com a Natureza, você pode fazer feitiços
dia e noite, mas nunca será uma Bruxa. Tradicionalmente, as Bruxas podem
(e devem) fazer feitiços recorrendo às energias da Natureza para resolver
os problemas práticos da sua vida, bem como para ajudar ao próximo, mas
nunca devemos nos esquecer de que o mais importante é a comunhão com as
energias da Natureza, e o respeito
por todos os seres vivos, e, em especial, pelos nossos semelhantes.
Origens
Falar em origem da bruxaria é o mesmo que retornar aos primórdios da
Humanidade, quando os seres humanos começaram a despertar sua percepção
para os mistérios da vida e da natureza. Segundo os estudiosos da
Pré-História, as primeiras demonstrações de arte devocional foram as Madonas
Negras, encontradas em cavernas do período Neolítico. Portanto, as Deusas da Fertilidade
foram os primeiros objetos de adoração dos povos primitivos. Da mesma forma que nossos antepassados se
maravilharam ao ver a mulher dando a Luz a uma criança, todo o Universo
deveria ter sido criado por uma Grande Mãe. Entre os povos que dependiam
da caça, surgiu o culto ao Deus dos Animais e da Fertilidade, também
conhecido como Deus de Chifres ou Cornífero. Os chifres sempre
representaram a fertilidade, coragem e todos os atributos positivos da energia masculina, representando também a
ligação com as energias cósmicas. Hoje a figura do Deus Cornífero
é bastante problemática, pois, com o advento do Cristianismo, ele foi
usado para personificar a figura do Diabo, entidade criada pelas
religiões judaico-cristãs. Ele não é
reconhecido e muito menos cultuado pelas Bruxas. A wicca surgiu no
período Neolítico, em várias regiões da Europa, onde hoje se localiza a
Irlanda, Inglaterra, País de Gales, Escócia, indo até o Sudoeste da
Itália e a região da Britânia na França.
Quando os Celtas invadiram a Europa, quase
mil anos antes de Cristo, trouxeram suas próprias crenças, que, ao se misturarem às crenças da população local,
originaram o sistema que deu nascimento à Wicca. Com a rápida expansão
desse povo, ela foi levada para regiões onde se encontram Portugal,
Espanha e Turquia. Embora a Wicca tenha se firmado entre os Celtas, é
importante lembrar que a bruxaria é anterior a eles. Mas como esse povo
foi o mantenedor da tradição, é importante que conheçamos,
pelo menos, o rudimento de seu pensamento e cultura. O Panteão Celta,
ou seja, o conjunto de Deuses e Deusas dessa cultura é hoje o mais
utilizado nos rituais da Wicca, embora
possamos trabalhar com qualquer Panteão, desde que conheçamos o
simbolismo correto, e não misturemos os Panteões num mesmo ritual. A
sociedade Celta era Matrifocal,
isto é, o nome e os bens da família eram passados de mãe para filha.
Homens e mulheres tinham os mesmo direitos, sendo a mulher
respeitada como Sacerdotisa, mãe, esposa e guerreira, participando das
lutas ao lado dos homens. O culto da Grande Mãe e do Deus Cornífero predominaram nas regiões da Europa
dominadas pelos Celtas, até a chegada dos romanos, que praticamente
dizimaram as tribos Celtas, que nessa época já estavam sendo dominadas
pelos Druidas, que representavam uma introdução ao patriarcalismo.
Porém, em muitos lugares, a religião
da Grande Mãe continuou a ser praticada, pois havia certa tolerância por
parte dos romanos, chegando certos ramos da Wicca a incorporar elementos
do Panteão Greco-Romano, especialmente na Bruxaria Italiana.
Foi somente na Idade Média que a Bruxaria foi relegada às sombras com o domínio da Igreja Católica e a
criação da Inquisição, cujo objetivo
era eliminar de vez as antigas crenças, que eram uma ameaça a um clero
muito mais preocupado em acumular bens e riquezas do que a
propagar a verdadeira mensagem de Jesus. Muitas das vítimas da Inquisição não eram Bruxas, e sim, pessoas
com problemas de Saúde, doenças mentais, deficiências físicas ou
somente o alvo da suspeita e inveja do povo. Também era comum se acusar pessoas para tomar seus
bens, pois esses eram divididos entre os inquisidores. Durante o tempo
das fogueiras, o medo fez com que muitos permanecessem no anonimato para
resguardar as vidas de suas famílias. Muitos dos conhecimentos passaram a
ser transmitidos oralmente, por medida de segurança, e, assim,
muito se perdeu.
As Treze Metas da Wicca
Conhecer a si
mesmo
Saber sua arte
Aprender
Usar o que você
aprendeu
Manter o balanço de todas as coisas
Manter suas
palavras verdadeiras
Manter seus
pensamentos verdadeiros
Celebrar a vida
Alinhar você mesmo com os ciclos da Terra
Manter seu corpo
correto
Exercitar seu
corpo e sua mente
Meditar
Honrar a Deusa e
o Deus
Essas metas
devem ser seguidas pelos praticantes da Wicca, já que realmente
acreditamos nelas. Há também algumas
leis da Wicca, que assim como as metas devem ser seguidas e respeitadas.
Antes de mais
nada, é importante citar as quatro palavras do Mago. Antes de começar o
estudo da magia, é básico você saber e seguir essas quatro palavras.
Primeiro tente entendê-las, pois sem que você as entenda, não há como ser um bom praticante de magia.
Saber;
Ousar;
Querer;
Calar.
São as quatro palavras do Mago. Para ousar, precisamos saber. Para
querer, precisamos ousar. Precisamos
querer para possuir império. Para reinar, precisamos manter silêncio.
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