Novena
a São Sebastião
Primeiro Dia
Reflexão: São Sebastião, testemunho de fé.
Ao iniciar hoje os festejos deste glorioso Santo,
coloque-nos diante dele como um exemplo vivíssimo de fé.
Ele foi cristão nos tempos do Imperador Diocleciano em
Roma.
Viveu em tempos de perseguição. Muitos foram presos,
degredados e mortos, em Roma, por causa de Jesus Cristo.
Naqueles tempos não era fácil ser cristão.
São Sebastião era Capitão da Guarda do Imperador. Mesmo
conhecendo melhor que todos o risco que ia correr, pediu para ser
admitido como cristão.
Passou pelo catecumenato, foi instruído sobre os
compromissos de fé, e recebeu, conscientemente o batismo.
Hoje não corremos risco por sermos cristãos.
Entretanto, muita gente renegava a fé do seu batismo.
Muitas vezes passa até para outras religiões.
Peçamos a Deus, pela intercessão do glorioso São
Sebastião, que nossa fé seja robustecida.
Que tenhamos coragem de professa-la em todas as circunstâncias
e de jamais renega-la por nenhum motivo.
Segundo
Dia
Reflexão: São Sebastião, testemunha de caridade.
Sebastião, feito cristão pelo batismo, começou a ser, em
Roma, entre muitos coirmãos na fé, vivo testemunho de caridade.
Dizem os historiadores que, como conseqüência das
perseguições, eram então numerosos os prisioneiros e os que se tornavam
pobres porque o governo seqüestrava os seus bens.
Sebastião deu-se ao intenso exercício da caridade,
visitando os encarcerados e confortando-os, encorajando-os e ajudando os
que foram atingidos pela pobreza.
Muito antes, pois, de dar o testemunho do martírio,
Sebastião dava perante todos o testemunho da caridade.
Hoje em dia são muitas pessoas marginalizadas e
desempregadas.
É, certamente, a nova legião de sofredores mais
característica de nossos dias.
Só a caridade dos verdadeiramente cristãos poderá
socorre-los, ampara-los e estimula-los.
São Sebastião se apresenta, assim como modelo e exemplo
que devemos imitar.
E, certamente também, como intercessor no céu, por aqueles
que sofrem entre nós privações e falta de conforto.
Peçamos a nosso santo resignação para os que sofrem e
coragem para sermos todos testemunhas da caridade fraterna.
Terceiro
Dia
Reflexão: São Sebastião, testemunho de fortaleza.
São Sebastião, militar, de rígida têmpera, aprimorada
formação, tinha caráter forte, varonil.
Distinguia-se pela coragem e fortaleza de ânimo com que
servia à autoridade imperial.
Convertendo-se ao cristianismo e sendo batizado, o Espírito
Santo transfigurou pela graça estes dons naturais, que nele
resplandeciam.
E ele colocou a serviço do Reino de Deus sua alma varonil
e destemida.
Soldado do imperador, mudou-se em soldado de Cristo.
Foi com mesma coragem e fortaleza com que servia antes a
seu senhor temporal, que Sebastião, depois, a ele resistiu, quando
ameaçado de morte por causa das práticas e convicções religiosas.
Desassombrado, sem temor, enfrentou a perseguição e o
martírio, e não renegou a fé que professava.
No mundo em que vivemos, nossas convicções religiosas nem
sempre permanecem inabaláveis.
Diante de mesquinhas ameaças, abandonamos as disposições
com que saímos, por exemplo, de um cursilho ou encontro de casais,
falta-nos à fortaleza de ânimo.
E esta, só a do Espírito Santo no-la pode dar, como a deu
a São Sebastião.
Vendo nele o grande modelo de coragem e destemor, peçamos
por sua intercessão este mesmo dom.
E proponhamos-nos imita-lo nos momentos difíceis em que
nossa fé for provada.
Quarto
Dia
Reflexão: São Sebastião, padroeiro dos injustamente
perseguidos.
São Sebastião compartilhou da injusta perseguição que
atingiu a Igreja em seus primórdios em Roma.
Os decretos do Imperador, que mandavam reprimir as
práticas cristãs, atingiram milhares, talvez, milhões de pessoas.
Foi uma época de grandes sofrimentos para gente, na sua
maioria humilde.
Pois exatamente os humildes e os pobres eram os que mais
generosamente abraçavam o cristianismo.
Era uma situação de grave injustiça, de vez que não podia
haver nenhum crime em seguir ditames da própria consciência.
São Sebastião, embora, altamente situado, pois era Capitão
da Guarda Imperial, foi também envolvido nas mesmas perseguições,
exatamente por ser fiel à voz da consciência.
É talvez a mais grave injustiça esta de se insurgir contra
a consciência de uma pessoa e prende-la, tortura-la e mata-la por motivos
de religião.
Ainda hoje no mundo esta forma de injustiça existe.
Em muitos lugares, principalmente em países comunistas, os
cristãos são perseguidos, presos e impedidos de viver livremente a sua
fé.
São Sebastião pode, assim, se considerado Padroeiro de
todos quantos são injustamente perseguidos, principalmente por causa da
religião.
Peçamos, por sua intercessão, que cessem as injustiças no
mundo e que Deus olhe com benevolência a todos os que são vítimas de tais
sofrimentos.
Quinto
Dia
Reflexão: São Sebastião padroeiro contra a violência.
O mártir São Sebastião não foi somente uma vítima da
perseguição romana.
E nem mesmo simplesmente mártir como milhares de outros
cristãos.
O suplício que sofreu se caracterizou por dupla violência
brutal contra sua pessoa.
Primeiramente, São Sebastião foi entregue aos algozes para
ser morto a flechados.
Amarrado a um tronco de árvore, dispararam contra seu
corpo numerosas flechas.
Deixaram-no esvaindo-se em sangue, crentes que já
estivesse morto.
Uma senhora piedosa encontrou na floresta, levou-o para
casa e ele se salvou.
Segunda vez, porém, foi aprisionado quando apareceu diante
do imperador, em uma festa pública.
E então o mataram a cacetadas, barbaramente, diante da
multidão.
Ele foi, assim, duplamente martirizado, e duplamente
agredido de modo violento.
Peçamos ao poderoso São Sebastião, que experimentou
duplamente o impacto da violência brutal, que nos assista e nos proteja.
Que ele, por seu poder intercessor, livre nossas casas,
nossas famílias e nossas pessoas do perigo de agressões violentas.
Peçamos sobretudo que ele obtenha do céu para os
criminosos o perdão e a mudança de coração.
Sexto
Dia
Reflexão: São Sebastião, padroeiro da agropecuária.
Tradicional devoção entre os brasileiros considera São
Sebastião padroeiro da agropecuária.
Não se sabe essa tradição e o motivo dessa particular
devoção dos nossos homens do campo.
Seria, por ventura, porque São Sebastião sofreu o martírio
numa floresta, amarrado a um tronco de árvore?
Ou em alguma época, particularmente difícil para rebanhos,
se alcançaram, por intercessão de São Sebastião, especiais graças e
milagres de proteção aos bens do homem da roça?
De qualquer modo que seja, muitos asseguram ter colocado
sob a proteção deste Santo seus rebanhos e ter obtido, por essa forma,
sua ajuda miraculosa.
Deus pode ter querido secundar o espírito de fé dos
roceiros, aceitando como Padroeiro da lavoura e da pecuária este glorioso
mártir.
Invoquemo-lo, pois, implorando sua ajuda para todos os
trabalhadores da roça, para suas criações e suas lavouras.
Sétimo
Dia
Reflexão: São Sebastião, patrono dos militares.
Nos tempos do Imperador Diocleciano, Sebastião alistou-se
na milícia imperial.
Jovem, robusto e de boas maneiras, ele uniu a estes dotes
a coragem, a dedicação às armas e o amor à Pátria.
Granjeou, assim, a estima e confiança de seus chefes e do
próprio imperador.
Em pouco tempo conquistou postos na milícia e, segundo
reza a tradição, era Capitão da Guarda Imperial quando se fez Cristão,
recebendo o batismo.
Pela sua condição de soldado e por seu amor e fidelidade à
Pátria, ele é venerado como padroeiro dos Militares.
Quando se preparou para o batismo, ele aprendeu como
catecúmeno que a vida cristã devia ser um compromisso com Cristo, tal
qual a vida militar era um compromisso com a Pátria.
Mas sabendo que o Imperador não era um Deus e que Jesus
Cristo é o rei dos Reis, ele preferiu obedecer antes a esse Rei que ao
Imperador romano.
O martírio foi, por isto, a sublimação de suas qualidades
de soldado.
E ele se apresenta para todos os militares como lídimo
exemplo de heroísmo e de nobre altivez.
Roguemos sua intercessão por nossas forças armadas, por
nossos policiais, pelo Corpo de Bombeiros e por todos os que expõem a
vida para defesa da comunidade.
Oitavo
Dia
Reflexão: São Sebastião, padroeiro contra pestes e
epidemias.
A piedade popular tem honrado São Sebastião como Padroeiro
contra a fome, a peste e a guerra.
Possivelmente porque, em alguma época da história,
recorreram à sua intercessão diante do tormento de alguma guerra com suas
conseqüências mais aflitas: a fome e a peste que se alastrou atingindo
homens e animais.
E porque a ajuda do Santo foi propícia nessa circunstância,
passou-se a invoca-lo, em especial para que defendesse os animais
atingidos ou expostos ao perigo da peste. É muito louvável a devoção de
nosso povo.
E nunca é demais rogar a Deus pela intercessão de um Santo
que se tem mostrado tão poderoso.
E é de se crer que, tendo ele dado tamanho exemplo de
virtude enfrentando o martírio, goze diante do senhor de grande crédito
para socorrer-nos.
Afastemos, entretanto, de nossas práticas toda superstição.
Tenhamos confiança na bondade de Deus, que pode revelar-se
através de prodígios, sem estar sujeito a determinadas práticas de
devoção de nossa parte.
É com este espírito de compreensão, que vamos invocar o
poderoso Santo, para que seja nosso protetor contra a guerra, a fome, a
peste e todas as epidemias.
Nono
Dia
Reflexão: São Sebastião, modelo para todos os cristãos.
São Sebastião, que veneramos e invocamos nesta novena,
foi, como todos nós, escolhido por Deus para a graça do batismo a serviço
da igreja.
Ele teve uma vocação particular a qual Deus o chamou, e
desempenhou, na Igreja de Roma, um ministério de leigo.
Recebeu de Deus excelentes carismas ou dons, para
testemunhar a fé, praticar a caridade e padecer o martírio.
Sem uma vocação ou dom especial de Deus, ele não poderia
ter cumprido os deveres cristãos unidos às funções de militar, e ser
coroado, enfim, com a grande graça de derramar o sangue por Jesus Cristo.
Todos nós, cada um a seu modo e em seu lugar, fomos também
chamados por Deus, primeiramente para o batismo, e depois para
testemunhar na Igreja a vida de cristão.
Todos recebemos do Espírito Santo dons e carismas, que são
nossas qualidades sublimadas pela graça.
Temos, certamente, funções ou ministérios na Igreja.
Nossa grande vocação é a vocação cristã, e nosso serviço à
Igreja é o testemunho e a dedicação em qualquer lugar que estivermos.
Os santos canonizados pela Igreja e entre eles São
Sebastião nos são apresentados como modelos que devemos imitar, e não
somente admirar.
Roguemos ao Espírito Santo, ao final desta novena, sejamos
capazes de divulgar nosso cristianismo na vida profissional que
exercemos, como São Sebastião o fez.
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