Orações a São Basílio Magno
Santo Basílio (Magno)
329-379
Faleceu no ano de 379, aos
49 anos de idade
Celebra-se a 2 de
Janeiro
Padroeiro dos humildes
Fundador da Ordem dos Basiliano
Oração a São Basílio
Magno
Deus, nosso Pai, enriquecestes a Igreja e deste-nos em São
Basílio um exemplo de que a vossa Palavra é vida e luz para nossos
corações. Que ela frutifique também em nós obras agradáveis aos vossos
olhos; o serviço sincero e gratuito aos necessitados. Por sua
intercessão, sejamos dignos da vocação a que fomos chamados, e tudo
façamos para que o vosso Reino de justiça se dilate no meio dos homens.
E, assim, os que virem nossas boas obras possam louvar e confessar o
vosso santo Nome. Permaneçamos sempre abertos ao Espírito para cumprir a
vossa vontade agora e sempre. Amém!
Orações antigas da
Igreja: São Basílio Magno
Ó Soberano Senhor, Jesus Cristo, ó Deus
nosso, Tu longânime para com nossos pecados, conduziste-nos até a hora
presente, na qual pregado na Cruz vivificante, abriste a porta do paraíso
ao ladrão agradecido e com a tua morte destruíste a morte; sê propício
também a nós teus servos pecadores e indignos.
Temos pecado, temos cometido
iniqüidades e não somos dignos de erguer nossos olhos e de olhar para a
altura do Céu, porque abandonamos o caminho da tua Justiça e temos
caminhado segundo a vontade do nosso coração.
Mas suplicamos a tua incomparável
bondade, poupa-nos, Senhor, segundo a multidão das tuas misericórdias e
salva-nos pelo teu Nome santo, porque se esvaíram na vaidade os nossos
dias.
Arranca-nos da mão do inimigo, perdoa
os nossos pecados, mortifica os nossos pensamentos e sentimentos carnais,
de modo que, deposto o homem velho, nos revistamos do novo e vivamos por
Ti, nosso Senhor e Protetor.
Assim, seguindo os teus mandamentos,
possamos chegar ao eterno repouso, lá onde está a morada de todos os que
se alegram; porque, na realidade, és Tu a verdadeira alegria e a
exultação daqueles que te amam, ó Cristo nosso Deus.
A Ti nós damos glória juntamente ao teu
Pai sem princípio e ao santíssimo, bom, vivificante, teu Espírito, agora
e sempre e nos séculos dos séculos. Amém
A Acção do Espírito Santo
Texto de São
Basílio sobre o Espírito Santo. São Basílio é do século IV; trata-se de
um dos quatro grandes doutores da Igreja do Oriente. Suas palavras
exprimem a fé de toda a Igreja.
Qual o homem que, ao ouvir os nomes com os quais é designado o Espírito
Santo, não eleva seu ânimo e o seu pensamento para a natureza divina? É
chamado Espírito de Deus, Espírito da verdade que procede do Pai, Espírito
de retidão, Espírito principal e, como nome próprio e peculiar, Espírito
Santo
Volta-se para ele o olhar de todos os que buscam a santificação; para ele
tende a aspiração de todos os que vivem segundo a virtude; é o seu sopro
que os revigora e reanima para atingirem o fim natural e próprio para que
foram feitos.
Ele é fonte da santidade e luz da inteligência; é ele que dá, de si
mesmo, uma certa iluminação à nossa razão natural para que encontre a
verdade
Inacessível por sua natureza, torna-se acessível por sua bondade. Enche
tudo com o seu poder, mas comunica-se apenas aos que são dignos; não a
todos na mesma medida, mas distribuindo os seus dons em proporção da fé.
Simples na essência, múltiplo nas manifestações do seu poder, está
presente por inteiro em cada um, sem deixar de estar todo em todo lugar.
Reparte-se e não sofre diminuição. Todos dele participam e permanece
íntegro, à semelhança dos raios do sol que fazem sentir a cada um a sua
luz benéfica como se fosse para ele só, e contudo iluminam a terra e o
mar e se difundem pelo espaço
Assim é também o Espírito Santo: está presente em cada um dos que são
capazes de recebê-lo, como se estivesse nele só, e, não obstante, dá a
todos a totalidade da graça de que necessitam. Os que participam do
Espírito recebem os seus dons na medida em que o permite a disposição de
cada um, mas não na medida do poder do mesmo Espírito.
Por ele, os corações são elevados ao alto, os fracos são conduzidos pela
mão, os que progridem na virtude chegam à perfeição. Ele ilumina os que
foram purificados de toda mancha e torna-os espirituais pela comunhão
consigo.
E como os corpos límpidos e transparentes, sob a ação da luz, se tornam
também extraordinariamente brilhantes e irradiam um novo fulgor, da mesma
forma também as almas que recebem o Espírito e são por ele iluminadas
tornam-se espirituais e irradiam sobre os outros a graça que lhes foi
dada.
Dele
procede a previsão do futuro a inteligência
dos mistérios a compreensão das coisas ocultas, a
distribuição dos carismas, a participação na vida do céu
a companhia dos coros dos anjos. Dele nos vem a alegria sem fim, a união
constante e a semelhança com Deus; dele procede, enfim, o bem mais
sublime que se pode desejar: o homem é divinizado
Os
Padres da Igreja apresentados por Bento XVI- São Basílio Magno
Hoje queremos recordar um dos
grandes Padres da Igreja, São Basílio, definido pelos textos litúrgicos
bizantinos um "luminar da Igreja". Foi um grande Bispo do
século IV, para quem olha com admiração tanto a Igreja do Oriente como a
do Ocidente pela santidade de vida, pela excelência da doutrina e pela
síntese harmoniosa de dotes especulativos e práticos. Ele nasceu por
volta de 330 numa família de santos, "verdadeira igreja
doméstica", que vivia num clima de profunda fé. Completou os vários
estudos com os melhores mestres de Atenas e de Constantinopla.
Insatisfeito com os seus sucessos mundanos, e percebendo que tinha
desperdiçado muito tempo nas vaidades, ele mesmo confessa: "Um dia,
como que acordando de um sono profundo, dirigi-me para a admirável luz da
verdade do Evangelho... e chorei sobre a minha vida miserável" (cf.
Ep. 223: PG 32, 824a). Atraído por Cristo, começou a olhar para Ele e a ouvir
somente Ele (cf. Moralia 80, 1: PG 31, 860bc). Com determinação
dedicou-se à vida monástica na oração, na meditação das Sagradas
Escrituras e dos escritos dos Padres da Igreja, e no exercício da
caridade (cf. Epp. 2 e 22), seguindo também o exemplo da irmã, Santa
Macrina, que já vivia no ascetismo monástico. Depois foi ordenado
sacerdote e enfim, em 370, Bispo de Cesareia da Capadócia, na actual
Turquia.
Mediante a pregação e os escritos,
desempenhou uma intensa actividade pastoral, teológica e literária. Com
sábio equilíbrio, soube unir o serviço às almas e a dedicação à prece e à
meditação na solidão. Valendo-se da sua experiência pessoal, favoreceu a
fundação de muitas "irmandades" ou comunidades de cristãos
consagrados a Deus, que visitava frequentemente (cf. Gregório Nazianzeno,
Oratio 43, 29 in laudem Basilii: PG 36, 536b). Com a palavra e com os
escritos, muitos dos quais chegaram até nós (cf. Regulae brevius
tractatae, Proémio: PG 31, 1080ab), exortava-os a viver e a progredir na
perfeição. Das suas obras hauriram também vários legisladores do
monaquismo antigo, entre os quais São Bento, que considerava Basílio como
o seu mestre (cf. Regula 73, 5). Na realidade, ele criou um monaquismo
muito particular: não fechado à comunidade da Igreja local, mas aberto a
ela. Os seus monges faziam parte da Igreja particular, eram o seu núcleo
animador que, precedendo os outros fiéis no seguimento de Cristo e não só
na fé, mostrava a firme adesão a Cristo o amor a Ele sobretudo nas obras
de caridade. Estes monges, que tinham escolas e hospitais, estavam ao
serviço dos pobres e mostraram assim a integridade da vida cristã. O
Servo de Deus João Paulo II, falando do monaquismo, escreveu:
"Muitos consideram que aquela estrutura principal da vida da Igreja
que é o monaquismo foi posta, para todos os séculos, principalmente por
São Basílio; ou que, pelo menos, não foi definida na sua natureza mais
própria sem o seu contributo decisivo" (Carta Apostólica Patres
Ecclesiae, 2).
Como Bispo e Pastor da sua vasta
Diocese, Basílio preocupou-se constantemente pelas difíceis condições
materiais em que viviam os fiéis; denunciou com firmeza os males;
comprometeu-se a favor dos mais pobres e marginalizados; interveio também
junto dos governantes para aliviar os sofrimentos da população, sobretudo
em momentos de calamidade; vigiou pela liberdade da Igreja, opondo-se
também aos poderosos para defender o direito de professar a verdadeira fé
(cf. Gregório Nazianzeno, Oratio 43, 48-51 in laudem Basilii: PG 36,
557c-561c). De Deus, que é amor e caridade, Basílio deu um válido
testemunho com a construção de vários albergues para os necessitados (cf.
Basílio, Ep. 94: PG 32, 488bc), quase uma cidade da misericórdia, que
dele recebeu o nome de Basilíada (cf. Sozomeno, Historia Eccl. 6, 34: PG
67, 1397a). Ela está nas origens das modernas instituições hospitalares
de internação e de cuidado dos doentes.
Consciente de que "a liturgia
é o ápice para o qual tende a acção da Igreja, e ao mesmo tempo a fonte
da qual jorra toda a sua virtude" (Sacrosanctum concilium, 10)
Basílio, embora sempre preocupado em realizar a caridade que é a prova da
fé, foi também um sábio "reformador litúrgico" (cf. Gregório
Nazianzeno, Oratio 43, 34 in laudem Basilii: PG 36, 541c). Com efeito,
deixou-nos uma grande oração eucarística [ou anáfora], que dele recebe o
nome, e deu um ordenamento fundamental à oração e à salmodia: pelo seu
impulso o povo amou e conheceu os Salmos, e recitava-os também de noite
(cf. Basílio, In Psalmum, 1-2: PG 29, 212a-213c). E assim vemos como a
liturgia, a adoração, a oração com a Igreja e a caridade caminham juntas,
condicionando-se reciprocamente.
Com zelo e coragem, Basílio soube
opor-se aos hereges, que negavam que Jesus Cristo fosse Deus como o Pai
(cf. Basílio, Ep. 9, 3: PG 32, 272a; Ep. 52, 1-3: PG 32, 392b-396a; Adv.
Eunomium 1, 20: PG 29, 556c). Analogamente, contra aqueles que não
aceitavam a divindade do Espírito Santo, ele afirmou que também o
Espírito é Deus e "deve ser com o Pai e com o Filho igualmente
numerado e glorificado" (cf. De Spiritu Sancto: SC 17bis, 348). Por
isso, Basílio é um dos grandes Padres que formularam a doutrina sobre a
Trindade: o único Deus, precisamente porque é amor, é um Deus em três
Pessoas, que formam a unidade mais profunda que existe, a unidade divina.
No seu amor a Cristo e ao seu
Evangelho, o grande Santo da Capadócia comprometeu-se também em recompor
as divisões dentro da Igreja (cf. Epp. 70 e 243), empenhando-se para que
todos se convertessem a Cristo e à sua Palavra (cf. De iudicio 4: PG 31,
660b-661a), força unificadora à qual todos os crentes devem obedecer (cf.
ibid., 1-3: PG 31, 653a-656c).
Em conclusão, Basílio entregou-se completamente no serviço fiel à
Igreja e no exercício multiforme do ministério episcopal. Segundo o
programa por ele mesmo traçado, tornou-se "apóstolo e ministro de
Cristo, dispensador dos mistérios de Deus, arauto do reino, modelo e
regra de piedade, olho do corpo da Igreja, pastor das ovelhas de Cristo,
médico piedoso, pai e sustento, cooperador de Deus, agricultor de Deus,
construtor do templo de Deus" (cf. Moralia 80, 11-20: PG 31,
864b-868b).
Este é o programa que o santo
Bispo entrega aos anunciadores da Palavra ontem e hoje um programa que
ele mesmo se comprometeu generosamente a pôr em prática. Em 379 Basílio,
não ainda cinquentenário, consumido pelos cansaços e pela ascese,
retornou para Deus, "na esperança da vida eterna através de nosso
Senhor Jesus Cristo" (De Baptismo 1, 2, 9). Ele era um homem que
viveu verdadeiramente com o olhar fixo em Cristo. Era um homem do amor ao
próximo. Cheio da esperança e da alegria da fé, Basílio mostra-nos como
ser realmente cristãos.
A existência deste grande Santo e
as suas obras são ricas de temas de reflexão e de ensinamentos válidos
também para nós hoje.
Antes de tudo a chamada ao mistério
de Deus, que permanece a referência mais significativa e vital para o
homem. O Padre é "o princípio de tudo e a causa de ser do que
existe, a raiz dos vivos" (Hom. 15, 2 de fide: PG 31, 465c), e
sobretudo é "o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo" (Anaphora
sancti Basilii). Remontando a Deus através das criaturas, nós,
"tomamos consciência da sua bondade e da sua sabedoria"
(Basílio, Contra Eunomium 1, 14; PG 29, 544b). O Filho é a "imagem
da bondade do Pai e sigilo de forma igual a ele" (cf. Anaphora sancti
Basilii). Com a sua obediência e com a sua paixão o Verbo encarnado
realizou a missão de Redentor do homem (cf. Basílio, In Psalmum 48, 8: PG
29, 452ab; cf. também De Baptismo 1, 2: SC 357, 158).
Por fim, ele fala amplamente do
Espírito Santo, ao qual dedicou um livro inteiro. Revela-nos que o
Espírito anima a Igreja, a enche dos seus dons, a torna santa. A luz
maravilhosa do mistério divino reflecte-se sobre o homem, imagem de Deus,
e eleva a sua dignidade. Olhando para Cristo, compreende-se plenamente a
dignidade do homem. Basílio exclama: "[Homem], consciencializa-te da
tua grandeza considerando o preço derramado por ti: olha para o preço do
teu resgate, e compreende a tua dignidade!" (In Psalmum 48, 8: PG
29, 452b). Em particular o cristão, vivendo em conformidade com o
Evangelho, reconhece que os homens são todos irmãos entre eles; que a
vida é uma administração dos bens recebidos de Deus, pelos quais cada um
é responsável perante os outros, e quem é rico deve ser como um
"executor das ordens de Deus benfeitor" (Hom. 6 de avaritia: PG
32, 1181-1196). Todos nos devemos ajudar, e cooperar como os membros de
um corpo (Ep 203, 3).
E ele, nas suas homilias, usou
também palavras corajosas, fortes sobre este ponto. De facto, quem
segundo o mandamento de Deus deseja amar o próximo como a si mesmo,
"não deve possuir nada mais de quanto possui o seu próximo"
(Hom. in divites: PG 31, 281b).
Em tempos de carestias e de
calamidades, com palavras apaixonadas o Santo Bispo exortava os fiéis a
"não se mostrarem mais cruéis que as feras..., apropriando-se do que
é comum, e possuindo sozinhos o que é de todos" (Hom. tempore famis:
PG 31, 325a). O pensamento profundo de Basílio sobressai bem nesta frase
sugestiva: "Todas os necessitados olham para as nossas mãos, como nós
próprios olhamos para as de Deus, quando estamos em necessidade". É
muito apropriado o elogio feito por Gregório de Nazianzo, que depois da
morte de Basílio disse: "Basílio persuadiu-nos de que nós, sendo
homens, não devemos desprezar os homens, nem ultrajar Cristo, cabeça
comum de todos, com a nossa desumanidade para com os homens; antes, nas
desgraças dos outros, devemos beneficiar nós próprios, e fazer empréstimo
a Deus da nossa misericórdia, porque temos necessidade de
misericórdia" (Gregório Nazianzeno, Oratio 43, 63; PG 36, 580b). São
palavras muito actuais. Vemos como São Basílio é realmente um dos Padres
da Doutrina Social da Igreja.
Além disso, Basílio recorda-nos
que para manter vivo em nós o amor a Deus e aos homens é necessária a
Eucaristia, alimento adequado para os Baptizados, capaz de alimentar as
novas energias derivantes do Baptismo (cf. De Baptismo 1, 3: SC 357,
192). É motivo de imensa alegria poder participar na Eucaristia (Moralia
21, 3: PG 31, 741a), instituída "para conservar incessantemente a
recordação daquele que morreu e ressuscitou por nós" (Moralia 80,
22: PG 31, 869b). A Eucaristia, imenso dom de Deus, tutela em cada um de
nós a recordação do selo baptismal, e permite viver em plenitude e
fidelidade a graça do Baptismo. Por isto o Santo Bispo recomenda a
comunhão frequente, também quotidiana: "Comungar até todos os dias
recebendo o santo corpo e sangue de Cristo é bom e útil; porque ele mesmo
diz claramente: "Quem come a minha carne e bebe o meu sangue terá a
vida eterna" (Jo 6, 54). Portanto, quem duvidará de que comungar
continuamente da vida não seja viver em plenitude?" (Ep. 93: PG 32,
484b). A Eucaristia, em síntese, é-nos necessária para acolhermos em nós
a verdadeira vida, a vida eterna (cf. Moralia 21, 1: PG 31, 737c).
Por fim, Basílio interessou-se
naturalmente também daquela porção eleita do povo de Deus que são os
jovens, o futuro da sociedade. A eles dirigiu um Discurso sobre o modo de
tirar proveito da cultura pagã desse tempo. Com muito equilíbrio e
abertura, ele reconhece que na literatura clássica, grega e latina, se
encontram exemplos de virtude. Estes exemplos de vida recta podem ser
úteis para o jovem cristão em busca da verdade, do modo recto de viver
(cf. Ad Adolescentes 3). Por isso, é preciso tirar dos textos dos autores
clássicos tudo o que é conveniente e conforme com a verdade: assim com
atitude crítica e aberta de facto trata-se de um verdadeiro e próprio
"discernimento" os jovens crescem em liberdade. Com a célebre
imagem das abelhas, que tiram das flores apenas o que serve para o mel,
Basílio recomenda: "Como as abelhas sabem tirar das flores o mel,
diferenciando-se dos outros animais que se limitam a gozar do perfume e
da cor das flores, assim também destes escritos... se pode obter algum
proveito para o espírito. Devemos utilizar estes livros seguindo em tudo
o exemplo das abelhas. Elas não vão indistintamente a todas as flores,
nem sequer procuram tirar tudo das flores nas quais pousam, mas tiram só
o que serve para a elaboração do mel, e deixam o resto. E nós, se formos
sábios, tiraremos daqueles escritos o que se adapta a nós, e é conforme à
verdade, e deixaremos o resto" (Ad Adolescentes 4). Basílio,
sobretudo, recomenda aos jovens que cresçam nas virtudes, no recto modo
de viver: "Enquanto os outros bens... passam deste para aquele como
no jogo dos dados, só a virtude é um bem inalienável, e permanece durante
a vida e depois da morte" (Ad Adolescentes 5).
Queridos irmãos e irmãs, parece-me
que se pode dizer que este Padre de outrora fala também a nós e nos diz
coisas importantes. Antes de tudo, esta participação atenta, crítica e
criativa para a cultura de hoje. Depois, a responsabilidade social: este
é um tempo no qual, num mundo globalizado, também os povos
geograficamente distantes são realmente o nosso próximo. Portanto, a
amizade com Cristo, o Deus com rosto humano. E, por fim, o conhecimento e
o reconhecimento a Deus Criador, Pai de todos nós: só abertos a este
Deus, Pai comum, podemos construir um mundo justo e um mundo fraterno.
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