História da astrologia
O INÍCIO
A Astrologia (estudo da influência dos
astros sobre os homens e a vida no planeta) teve sua origem na
Astronomia. Não é possível afirmar com exatidão o momento de sua origem,
mas entre os caldeus, surgiram os primeiros cálculos utilizados para
prever o tempo. No reinado de Assurbanipal teria sido escrita a primeira
efeméride.
Essa ciência começa a tomar forma na
Mesopotâmia, onde se utilizava as previsões astronômicas para se fazer
calendários agrícolas,além de se prever a sorte do soberano, do Estado e
de todos os fatos importantes da vida pública. À partir daí, se espalhou
em todas as direções: Pérsia, Índia, Arábia, Egito, Grécia.
Cartas estelares egípcias anteriores a
4200 a.C., monumentos em Babilônia e Ur (como os famosos zigurates, de
2000 a.C.), eram utilizados para observar o céu e prever eclipses.
PRINCIPAIS INFLUÊNCIAS
ARÁBIA
Embora os árabes tenham começado a estudar Astrologia mais tarde, sua
aptidão para a precisão e a numerologia, contribuiu muito para o
desenvolvimento dessa ciência.
Como um importante exemplo, podemos citar
a invenção do astrolábio,usado para medir as altitudes das estrelas. Os
nomes das estrelas fixas e os termos “zênite” e “nadir” , vieram dos
árabes, que além disso cultivara muito a medicina astrológica, mesmo em
uma época em que a Astrologia começava a declinar na Europa.
GRÉCIA
A Astrologia chega à Grécia através de Beroso (280 a.C.), vindo da
Mesopotâmia para ensinar em Cós, assim como Cono de Samos, amigo de
Arquimedes.
Ao relacionar os quatro elementos (água,
terra, fogo e ar) com os quatro princípios elementares (quente, frio,
seco e úmido), Aristóteles contribui para fixar o código de interpretação
astrológica.
Hipócrates, pai da medicina, observava no
organismo humano uma correspondência com os ritmos próprios da natureza:
o ciclo de enfermidades e os dias críticos. Segundo ele, o médico que não
conhecesse a Astrologia não teria o direito de tocar em um doente.
ROMA
Virgílio, nas suas Geórgicas, deixa a Astrologia guiar sua obra poética.
Manilius, no seu Astronomicon, celebra a Astrologia como uma revelação
divina. Sêneca lhe consagra uma parte em suas Questões Naturais. Ao
imprimir seu signo (Capricórnio) em uma moeda da época, Augusto refletia
a tendência vigente, quando as grandes famílias e os imperadores possuíam
seus astrólogos favoritos.
AMÉRICA PRÉ-COLOMBIANA
A Astrologia era cultivada pelos maias e astecas. No apogeu da
civilização maia, por volta de 500 d.C., Copán era uma cidade de
sacerdotes astrônomos, tendo sido construído o monumento do caracol,
utilizado para observações astronômicas. O culto ao milho, que
simbolizava a renovação periódica das forças vitais, associado à adoração
do Sol, é semelhante aos rituais que envolvem a cultura do trigo no Egito,
na Caldéia e na Grécia.
A ERA CRISTÃ
Nos primórdios da era cristã, ainda há vestígios da presença astrológica.
Os próprios reis magos eram astrólogos, que se deixaram guiar pela
estrela. Uma curiosidade, é que os Papas Sisto IV e Leão X se
aconselhavam com astrólogos.
IDADE MÉDIA
É nessa época que começa o conflito entre a igreja e a prática da
Astrologia.
No século 13, Alberto Magno e depois São
Tomás de Aquino perceberam que a Astrologia tinha valor religioso na
medida em que fosse separada das crenças pagãs e de ledores de sorte.
É quando a Astrologia encontra lugar nas universidades e se torna
respeitada. Dante e Shakespeare fazem muitas alusões a essa ciência em
suas obras. Em algumas universidades, os alunos não recebiam o diploma
médico sem o conhecimento da Astrologia. Esse período, que vai da
Renascença até o século 18, produziu alguns dos astrólogos e astrônomos
mais competentes da história.
Ainda nas cortes francesa e inglesa, os
astrólogos tinham grande prestígio.
O DECLÍNIO
Seu declínio não se deve tanto ao
progresso da ciência, como pode se pensar, mas à bula do Papa Incêncio
III, no século 13, decretando que a busca de Deus no interior do
indivíduo é pura heresia e somente dentro e através da Igreja Católica o
homem consegue alcançar o conhecimento transcendente.
E isso estabeleceu a separação entre a ciência sagrada e a ciência
profana.
Quatro séculos depois, na França de Luís
XIV, a Astrologia é banida das Universidades pelo Ministro Colbert,
também presidente da Academia Francesa, por julgar que o sistema
heliocêntrico de Copérnico destruía os fundamentos dessa ciência. À
partir dessa época, começou uma fase de declínio para a Astrologia e para
todas as ciências ocultas.
ATUALIDADE
Após um hiato de quase 200 anos, o psicanalista Carl Gustav Jung promove
um estudo estatístico de comprovação entre o destino humano e as
configurações astrais. Jung instituiu o curso de Astrologia no Instituto
de psicologia na Universidade de Zurique, aproximadamente de 1945 a 1955.
O curso foi administrado pelo astrólogo Frankhauser. Nos dias de hoje, a
Astrologia volta a ser estudada com seriedade, experimentando um
florescimento em todo o mundo ocidental. Os antigos conceitos passam a
ser revistos à luz da ciência moderna, despertando interesse nas mais
variadas áreas, como a psicologia, a medicina, a química, a física, entre
muitas outras.
Texto por Alessandra Bourdot
|